(15'30'') As unidades de conservação são territórios com características naturais relevantes, que cumprem a função de resguardar a integridade dos ecossistemas, a biodiversidade e os serviços ambientais associados aos mesmos.  O modelo norte-americano de conservação da natureza, difundido mundialmente, parte do princípio de que toda relação entre sociedade e natureza é degradadora, não havendo distinção entre as diferentes formas de uso dos recursos naturais. Nesta concepção, qualquer forma de vida social deve ser excluída das áreas de proteção da natureza. Entretanto, a partir da década de 1980, observa-se o surgimento de questionamentos e críticas a esse padrão de conservação da natureza. Tais críticas se fundamentam, principalmente, a partir da realidade vivida em países da África, Ásia e América Latina, onde foram implantadas áreas protegidas baseadas no modelo norte-americano que, no entanto, vem gerando sérios conflitos com as populações locais, expulsas de suas áreas de uso em nome da preservação da natureza. Este trabalho tem como objetivo apresentar o modelo de unidades de conservação adotado no Brasil, a partir do final da década de 1990, sobretudo as Reservas Extrativistas, o qual busca conciliar a conservação da natureza com a manutenção dos modos de vida das populações tradicionais, que habitam esses territórios.

Charla de Fernanda Machado no DivulgaTerra 2017